sábado, 26 de junho de 2010

O Filósofo está doente.

Assim, sem mais, nem menos
o Filósofo adoeceu.
Certo que já se sabia enfermo:
sua PES (Percepção Extra Sensorial)é espantosa.
Mudou de signo.
Não mais capricórnio agora câncer.

O Filósofo será maltratado.
Há que se abdicar dos prazeres,
dos fazeres, das delícias e das loucuras.
Casto.
Casto é o mais certo.
Como quem desiste das coisas belas da vida.

O Filósofo está doente.
Mas, melhor é a época.
Doeria mais se jovem fosse
e não trouxesse este conhecimento.
Socrático até a morte
e além dela se algo existir.

O que incomoda é o depois.
Esse intrincado de ideias, suposições,
abstrações e
previsões futurísticas,
basicamente versando sobre o quê,
será do Filósofo.

Nunca fui bom no relacionamento com iguais,
e de iguais falo como falo com qualquer Filósofo.
Quero deixar meu apreço por cada Ser (Parmenides)
de minha sala de aula.
Talvez distante fisicamente,
embora presente em cada circunstância.

Espero atravessar essa cantiga
como quem atravessa mares de bonança.
Se nos vermos muito em breve,
bom pressagio será.
O Filósofo está doente,
mas segue filosofando.

sábado, 15 de maio de 2010

O MITO DE PROCUSTO


Procrusto era um bandido que vivia na serra de Elêusis. Em sua casa, ele tinha uma cama de ferro, que tinha seu exato tamanho, para a qual convidava todos os viajantes para se deitarem. Se os hóspedes fossem demasiados altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama, os que tinham com pequena estatura, eram esticados até atingirem o comprimento suficiente. Ninguém sobrevivia, pois nunca uma vítima se ajustava exatamente ao tamanho da cama.

Continuou seu reinado de terror até que foi capturado pelo herói ateniense Teseu que, em sua última aventura, prendeu Procusto lateralmente em sua própria cama e cortou-lhe a cabeça e os pés, aplicando-lhe o mesmo suplício que inflingia aos seus hóspedes.

O MITO DA CAVERNA


Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um muro alto. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa. Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada, acorrentados sem poder mover a cabeça nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas as sombras dos outros e de si mesmos por que estão no escuro e imobilizados. Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches. Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.

Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.

Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as forças para jamais regressar a ela. No entanto não pode deixar de lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também. Só que os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-lo espancando-o. Se mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os convida a sair da caverna, certamente acabam por matá-lo. Mas quem sabe alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo a realidade?

O MITO DE PROMETEU


Eis que chega à terra o Titã Prometeu, descendente da antiga raça de deuses destronada por Zeus. O gigante sabia que na terra estava adormecida a semente dos céus. Por isso apanhou um bocado de argila e molhou-a com um pouco de água de um rio. Com essa matéria fez o homem, à semelhança dos deuses, para que fosse o senhor da terra. Tirou das almas dos animais características boas e más, animando assim a sua criatura. E Atena, deusa da sabedoria, admirou a criação do filho dos Titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito com o sopro divino.

Prometeu aproximou-se e ensinou às suas criaturas todos os segredos. Inventou o arado para o homem poder plantar, a cunhagem das moedas para que houvesse o comércio, a escrita e a extracção do minério. Ensinou-lhes a arte da profecia e da astronomia, enfim todas as artes necessárias ao desenvolvimento da humanidade.

No entanto faltava-lhes ainda um último dom para se manterem vivos - o fogo. Este dom, entretanto, havia sido negado à humanidade pelo grande Zeus. Porém, Prometeu apanhou um caule do nártex, aproximou-se da carruagem de Febo (o Sol) e incendiou o caule. Com esta tocha, Prometeu entregou o fogo para a humanidade, o que lhe dava a possibilidade de dominar o mundo e os seus habitantes.

Zeus dirigiu então a sua fúria contra Prometeu, mandando que Hefesto e seus serviçais Crato e Bia (o poder e a violência) acorrentassem o Titã a um penhasco do monte Cáucaso. Mandou ainda uma águia devorar diariamente o fígado de Prometeu que, por ser ele um Titã, se regenerava. O seu sofrimento durou por inúmeras eras, até que Hércules passou por ele e viu o seu sofrimento. Abateu a gigantesca águia com uma flecha certeira e libertou o cativo das suas correntes.

Entretanto, para que a vontade de Zeus fosse cumprida, o gigante passou a usar um anel com uma pedra retirada do monte. Assim, Zeus sempre poderia afirmar que Prometeu se mantinha preso ao Cáucaso.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

HUSSERL



A FILOSOFIA DE EDMOND HUSSERL

Husserl achava que os filósofos estavam complicando a teoria do conhecimento, em lugar de considerarem com objetividade o fenômeno da consciência como é experimentado pelo homem. O que importava, para ele, era o que se passava na experiência de consciência, através de uma descrição precisa do fenômeno. Por isso deu o nome de "fenomenologia" à sua teoria que deveria ser uma ciência puramente descritiva, para somente depois passar a uma teoria transcendental à experiência, ou seja, para além do método cientifico.

As teorias do conhecimento de Descartes e de Kant tinham um defeito insanável, em seu entender. Era o fato de faltar qualquer certeza de que o que aparece na consciência correspondesse inteiramente ao real. O que havia era uma "pressuposição" de que aquilo que estava na consciência guardava relação de alguma sorte com os objetos correspondentes do mundo exterior. A filosofia, a mais fundamental das ciências, devia ficar livre de suposições. Pensar o mundo somente poderia ser feito depois de bem examinado como esse mundo é matéria no campo da consciência. Em sua opinião não adiantava em nada discutir uma teoria do conhecimento sem esse primeiro passo, pois o que tinha existência verdadeira e assegurada eram os fatos da consciência. Husserl colocaria qualquer problema filosófico tradicional entre aspas, para ser examinado somente após estar completa a descrição fenomenológica. A isto chamou criar uma "época" para a questão em exame.

Chamou "redução transcendental" a esta redução da coisa aos detalhes da sua apreensão como fenômeno da consciência propriamente; significava retirá-la de uma visão teórica, transcendente, para tomar conhecimento dela de modo preciso e objetivo, analítico, como simples experiência de consciência. No entanto, na primeira fase do desenvolvimento da sua doutrina, Husserl não partia daí para descrever o "Eu" ou o que a consciência era, mas sim para estudar as idéias, os vários tipos de idéias, como as cores, a superfície, etc.. A esse detalhamento das idéias que se juntam com outras idéias para formar a essência de cada coisa, deu o nome de "redução eidética" (idéia, imagem, forma). Com este procedimento queria chegar a uma metodologia perfeita para a filosofia, de modo a garantir a certeza absoluta, e buscou estudar o que John Locke já havia escrito a respeito. Somente mais tarde, no que foi considerada uma reviravolta em seu pensamento, Husserl passou ao estudo do Eu, do que existe no Eu que lhe faculta o conhecimento, o que foi considerado um retrocesso à filosofia transcendental de Kant.


Rubem Queiroz Cobra
Doutor em Geologia e bacharel em Filosofia

sexta-feira, 7 de maio de 2010

PSIQUE


Psique era uma jovem tão linda que Vênus passou a ter ciúmes dela. A deusa deu ordens a Eros para induzir Psique a apaixonar-se por alguma criatura de má aparência, porém o próprio Eros tornou-se seu amante. Eros a pôs num palácio, mas somente a visitava na escuridão e a proibiu de tentar vê-lo. Movidas pelo ciúme as irmãs de Psique disseram-lhe que ele era um monstro e iria devorá-la.

Certa noite Psique pegou uma lamparina e iluminou o quarto para ver Eros adormecido. Excitada diante da visão de sua beleza ela deixou cair sobre Eros uma gota do óleo da lamparina, e o despertou. Por causa disso o deus abandonou-a, ressentido pela sua desobediência. Sozinha e cheia de remorsos Psique procurou o amante por toda a terra, e várias tarefas difíceis lhe foram impostas por Vênus. A primeira delas foi separar na escuridão da noite as impurezas de um monte enorme de várias espécies de grãos, porém as formigas apiedaram-se de Psique e vieram em grande número para realizar a tarefa por ela.

E assim, por um meio ou por outro, todas as tarefas foram executadas, exceto a última, que consistia em descer ao Hades e trazer o cofre da beleza usado por Perséfone. Psique havia praticamente conseguido realizar a proeza, quando teve a curiosidade de abrir o cofre; este continha não a beleza, e sim um sono mortal que a dominou. Entretanto Júpiter, pressionado por Eros, consentiu finalmente em seu casamento com a amante, e Psique subiu ao céu.


Fonte: http://www.starnews2001.com.br/cupido/cupid_story.html

HELENA


Na mitologia grega, Helena (em grego: Ἑλένη, transl. Helénē) era filha de Zeus e de Leda, irmã gêmea da rainha Clitemnestra, irmã de Castor e de Pólux e esposa do rei Menelau de Esparta. Quando tinha onze anos foi raptada pelo herói Teseu. Porém seus irmãos Castor e Pólux a levaram de volta a Esparta. Possuía a reputação de mulher mais bela do mundo. Helena tinha diversos pretendentes, que incluíam muitos dos maiores heróis da Grécia, e o seu pai adotivo, Tíndaro, hesitava tomar uma decisão em favor de um deles temendo enfurecer os outros. Finalmente um dos pretendentes, Odisseu (cujo nome latino era Ulisses), rei de Ítaca, resolveu o impasse propondo que todos os pretendentes jurassem proteger Helena e o marido que ela escolhesse, qualquer que fosse. Helena então se casou com Menelau, que se tornou rei de Esparta.

Helena teve uma filha com Menelau, Hermíone. Numa viagem a Esparta, Páris encontra a princesa Helena, que está casada com Menelau, irmão de Agamenon, filhos de Atreu, rei de Micenas. Helena e Paris fogem para Tróia; Menelau, Agameon, Aquiles e outros reis juntam-se numa guerra contra Tróia. Em princípio para resgatar Helena e vingar Menelau, mas na realidade com interesses econômicos também. A guerra dura dez anos. Páris, seu irmão Heitor, e Aquiles morrem. Um dia, os troianos percebem que o acampamento de seus inimigos está vazio, e imaginam que finalmente abandonaram a guerra. Encontrar por ali um enorme cavalo de madeira que acreditam ser um presente, e o carregam para dentro de suas muralhas. Ficam surpresos, porém, quando soldados começam a sair de dentro do cavalo e a atacar a cidade, agora indefesa. A guerra é vencida pelos inimigos.

MIMESIS


Tanto Dinis quanto Aristóteles viam, na mimesis, a representação da natureza. Contudo, para Platão toda a criação era uma imitação, até mesmo a criação do mundo era uma imitação da natureza verdadeira (o mundo das idéias). Sendo assim, a representação artística do mundo físico seria uma imitação de segunda mão.

Já Aristóteles via o drama como sendo a “imitação de uma ação”, que na tragédia teria o efeito catártico. Como rejeita o mundo das idéias, ele valoriza a arte como representação do mundo. Esses conceitos estão no seu mais conhecido trabalho, a Poética.

Mais recentemente Erich Auerbach, Merlin Donald e René Girard escreveram sobre a mimesis.

Também foram Platão e Aristóteles que diferenciaram mimesis de diegesis. Diegesis não é a representação do real através da arte, mas a encenação, os atores que descrevem eventos e atuam. É na diegesis que o autor leva o espectador ou leitor diretamente a expressar livremente sua criatividade, fantasias e sonhos, em contastre com a mimesis. Diegesis pode ser entendida, ainda, como “contar”, o autor narrando a ação diretamente e descrevendo o que está na mente dos personagens, suas emoções, enquanto a mimesis é vista como “mostrar” o que está acontecendo com as personagens através de seus pensamentos e suas ações.


Fonte: Wikipédia.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"O MITO DO COCHEIRO" - PLATÃO


“No princípio do mito dividi cada alma em três partes, sendo dois cavalos, e a terceira, o cocheiro. Assim devemos continuar. Dissemos que um dos cavalos é bom e o outro não. Esclareçamos agora qual é a virtude do bom e a maldade do outro.

O cavalo bom tem o corpo harmonioso e bonito; pescoço altivo e focinho curvo, cor branca, olhos pretos; ama a honestidade e é dotado de sobriedade e pudor, amigo como é da opinião certa. Não deve ser fustigado e sim dirigido apenas pelo comando e pela palavra.

O outro – o mau – é torto e disforme; segue o caminho sem firmeza; com o pescoço baixo, tem um focinho achatado e a sua cor é preta; seus olhos de coruja são estriados de sangue; é amigo da soberba e da lascívia; tem as orelhas cobertas de pelos. Obedece apenas – a contragosto – ao chicote e ao açoite.

Quando o cocheiro vê algo amável, essa visão lhe aquece a alma, enchendo-a de pruridos e desejos. O cavalo bom obedece ao guia, como sempre, obedece e a si mesmo se refreia. Mas o outro não respeita o freio nem o chicote do condutor. Aos corcovos, move-se à força, embaraçando ao mesmo tempo o guia e o outro cavalo; obriga-os por fim a entregarem-se à volúpia. Os dois a princípio resistem, ficam furiosos, como se fossem coagidos a praticarem um ato mau e imoral, mas acabam por se deixar levar e concordam em fazer o que manda o mau cavalo. E eles se dirigem à amada para gozar de sua presença, que brilha ofuscante como um relâmpago.”

Platão

quarta-feira, 5 de maio de 2010

ANARQUISMO


Ser governado é ser zelado, inspecionado, doutrinado, aconselhado, controlado, assediado, pesado, censurado e ordenado por homens que não têm direito, nem conhecimento ou valor para tanto. Isto é o Estado, esta é sua justiça, esta é sua moral.

Joseph Proudhon

segunda-feira, 3 de maio de 2010

PIADA FILOSÓFICA


Um professor de Filosofia entra na sala de aula, põe a cadeira em cima da mesa e escreve no quadro:

"Provem-me que esta cadeira não existe."

Apressadamente, os alunos começam a escrever longas dissertações sobre o assunto.

No entanto, um dos alunos escreve apenas duas palavras na folha e entrega-a ao professor.

Este, quando a recebe não pode deixar de sorrir depois de ler:

"Qual cadeira ?"

O MONSTRO DA AVALIAÇÃO


O que existe de tão complicado, hermético, místico, fantástico e medonho em se discutir esse "monstro" tão temido?
Partimos do pressuposto que somos Filósofos e como tais enxergamos a realidade que nos cerca.
Não temos as respostas e se as tivessemos não as dariamos, pois compete a todos o exercício do pensar, questionar, discutir, interagir, propor e principalmente "filosofar".
Queremos então sugerir um projeto (como Kant) de esclarecimento do que estamos vivendo.
Que tal senhores Pensadores?
Ou a "Era da Escuridão" permeia nosso corpo discente?
Por favor, todos os comentários serão a pura manifestação de que temos bagagem e ferramentas para essa empreitada.

Saudações Filosóficas